ORIGEM CIGANA

















 Salve Deus

Nove de Junho de 1960. Data inesquecível!
Caminhava, guiada pela grande convicção que tudo vindo de meu PAI SETA BRANCA estava certo. Aspirações mais secretas, indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante. Sim, caminhava e para mim cada dia e cada noite embrenhava no mais profundo mistério para mim.
9 de junho de 1960, solidão. . . tristeza. . . Caminhava, quando deparei comigo mesma, com que profundo desamor. Não me preocupei de estar onde estava e o que poderia acontecer com o meu corpo, onde estava. Levei os olhos para cima, vi, senti que estava na terra. Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti esta atravessando um caudaloso rio. Deparei com uma pequena clareira, que não sei me parecia familiar. Comecei a ouvir vozes e, num quase balet, dançava uma linda mulher, vestida de cigana, onde também, homens ciganos, vestidos a muito bom gosto, tocavam violino. Uma voz em harmonia chegou aos meus ouvidos, como se me quisesse amparar:
_ É uma tenda cigana. É a tua origem e de todo o teu povo.
Comecei, então a raciocinar, o que até então não fizera. Por que tanta solidão ? Por que tanto mistério, e do que me servirá todo este conhecimento ? Não obtive resposta e, alheios aos meus sentimentos, aquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria.
Comecei a pensar, sem qualquer afirmação, estes pensamentos que a gente pensa sem saber porque. Se amam, eu via a ternura entre eles, casais juntinhos se acariciavam, porém sem um toque de sensualidade.
O meu coração se enchia de ternura, algo que até então não sentira. A volta foi mais leve, porque comecei a sentir inveja daquela gente. . .
SALVE DEUS !
TIA NEIVA - vale do amanhecer

________________________________________________________________________________________________________________

HISTÓRIA DA CIGANA AGANARA



As Ciganas Aganaras representam o Espírito Nômade, o Jaguar, conforme declara nossa Mãe Clarividente na Lei dos Prisioneiros. Recordam as Ciganas a Tribo Katshimoshy, na velha Rússia, quando sua Capital era Leningrado.
Ali encarnou esta Tribo trazendo o Misticismo e o seu Plexo com a Força Bruxa, que propiciava a leitura da buenadicha, ou seja, a previsão do futuro nas mãos e nas cartas.
Tínhamos também a capacidade de lidar com as plantas e as raízes para curar. Estas eram vendidas e muitas das vezes as pessoas compravam para fugir das nossas pragas, que ficaram famosas pelos seus efeitos.
Os homens da Tribo tocavam violão, violino, banjo e pandeiro, e também faziam jóias de ouro e prata, e tachos de cobre para comerciar. Vendiam cavalos e galinhas, sendo que muitas vezes o cavalo era pintado conforme a vontade daquele que o encomendava, e o resultado quase sempre era drástico, pois ao lavarem o animal a tinta saia.
As festas eram lindas, as mulheres dançavam, os homens tocavam, e não faltavam as fogueiras para aquecer e afastar as feras, entre outras os lobos. Até hoje nenhum Espírito Cigano, encarnado, suporta ouvir o uivo de um cão, pois se lembra dos lobos famintos que comeram muitos de nós.
Deslocamo-nos da Rússia para a Espanha. Na viagem muitos pereceram (morreram) de fome, de frio, ou comidos pelos lobos. Somente os que tinham fé sobreviveram, levando o Talismã Katshimoshy.
De acordo com os escritos de Nossa Mãe Clarividente, as Velhas Ciganas são hoje as Primeiras de Falange, as quais ela enumera, dando inclusive seus nomes ciganos. Espíritos muito preparados, pois a sabedoria passava de uma para outra, não importando se quem recebia era sua filha de sangue, o importante é que todos eram unidos pelo sentimento igualitário, como se todos fossem pais e filhos uns dos outros.
Este sentimento de fraternidade e amor de nosso Povo, ainda perdurou no exemplo de nossa Mãe Clarividente (Natacha), que não fazia distinção entre nós, todos éramos iguais para ela, todos eram seus filhos e os filhos destes seus netos.
Graças a Deus posso dizer que amamos o nosso Povo, porque tenho presenciado grandes provas disto, não somos melhores nem piores, somos diferentes, palavras de nossa Mãe Tia Neiva.
Vale do Amanhecer




Nenhum comentário: